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OSTEOSSARCOMA
O osteossarcoma é o sarcoma primário mais comum do osso, representando aproximadamente 20 % de todos os sarcomas. É definido por neoplasia maligna formadora de osso com presença de estroma francamente sarcomatoso e formação de osteóide neoplásico e de osso pelos osteoblastos malignos. O osteossarcoma clássico acomete adolescentes e adultos jovens, homens x mulheres relação de 1,25: 1,50% acomete a região do joelho sendo a extremidade distal do fêmur o local mais frequente. Acomete geralmente a região metafisária de ossos longos podendo destruir a fise com crescimento e assim invadir a epífise. Geralmente o paciente associa um trauma local com o início dos sintomas.
Clinicamente apresenta-se com dor e tumoração visível e palpável. Pode haver aumento de temperatura local e a presença de veias do subcutâneo dilatadas pelo crescimento do tumor. Podem ocorrer fratura patológicas (apesar de não serem frequentes). O nível sérico de fosfatasse alcalina que indica atividade osteoblástica pode estar elevado. Radiologicamente o Osteossarcoma central apresenta-se como uma lesão destrutiva, de bordos irregulares que destrói a cortical óssea e apresenta invasão extra óssea. Quantidades variadas de calcificação e de osso mineralizado estão frequentemente presentes dentro da lesão. A reação periosteal frequentemente é presente e pode apresentar-se como “raios de sol” e o levantamento do periósteo ocasionado pelo tumor levando a imagem característica do triângulo de Codman.
A tomografia computadorizada tem valor na avaliação da destruição e da produção óssea. A RNM tem valor no diagnóstico de lesões da invasão extra óssea dos tecidos circundantes e na avaliação do comprometimento Osteossarcoma na metáfise distal do fêmur intramedular, invasão da placa de crescimento e da epífise do osso, sendo indispensável no estadiamento pré operatório.
A cintilografia do esqueleto é importante para diagnóstico de metástases saltitantes e em outras regiões do esqueleto. O diagnóstico clínico radiográfico deve ser confirmado pela biópsia antes do tratamento definitivo. Entre os diagnósticos diferenciais destacam-se o calo ósseo, osteomielite subaguda, miosite ossificante ativa, cisto ósseo aneurismático, granuloma eosinofílico, tumor de Ewing, fibrossarcoma e carcinoma metastático.
O tratamento do osteossarcoma segue um plano que se inicia com estadiamento e biópsia, confirmado o diagnóstico inicia-se a quimioterapia neoadjuvante pré operatória, cirurgia quimioterapia pós operatória e tratamento cirúrgico das metástases quando presentes e passíveis de ressecção. O tratamento cirúrgico divide-se basicamente em cirurgia de preservação do membro (com ressecção do tumor e métodos de reconstrução) ou amputação.
Os critérios para preservação do membro são basicamente o diagnóstico precoce, estruturas neurovasculares (adjacentes ao tumor) livres e tamanho do tumor. A cirurgia de preservação só deve ser realizada quando garantir ao paciente sobrevida maior ou igual a amputação. A radioterapia não é rotineiramente indicada no osteossarcoma devido a baixa resposta.
O prognóstico depende fundamentalmente do tamanho do tumor, das margens cirúrgicas, presença de metástases pulmonares e atualmente estão diretamente relacionadas com a resposta do tumor a quimioterapia neoadjuvante. Quando apresentam mais de 90 % de necrose tumoral após tratamento neoadjuvante a sobrevida pode chegar de 65 a 80 % em 10 anos.
Além do tipo intramedular clássico o osteossarcoma pode se apresentar de outras formas como: osteossarcoma justa cortical, periosteal, Osteossarcoma de superfície de alto grau, osteossarcoma de pequenas células, Osteossarcoma intraósseo bem diferenciado, teleangiectásico , osteossarcoma secundário a radiação, secundário à doença de Paget e multicêntrico.
Conteúdo extraído do material de estudo da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/SP
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